sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Minha recuperação pós cirurgia

Hoje, está com exatamente duas semanas que fiz uma cirurgia onde tirei meu útero e minhas trompas. A primeira parte que foi a decisão foi o mais difícil. mas para quem ainda tem dúvida sobre a recuperação vou contar como estou após 15 dias.

Fiquei no hospital apenas dois dias, entrei sábado pela manhã e domingo a tarde fui liberada, claro que como toda cirurgia sentia algumas dores....fui para minha casa ainda sonolenta (mas isso porque segundo minha médica meu organismo absorveu muito bem os anestésicos) normalmente não é assim.

Fiquei tomando um anti inflamatório e um remédio para dor por 5 dias, de forma preventiva e apesar do meu receio, quando parei de tomar os remédios fiquei bem. 

Só quem tem que ficar de repouso sabe como isso é difícil, se você ainda mora com sua mãe, não tem filhos, nem é casada provavelmente é mais tranquilo (não é meu caso) mas eu tentei desacelerar, andando com mais cuidado e buscando descansar bastante....

A orientação médica foi, você pode cuidar de si (tomar banho, levantar para comer e até esquentar a própria comida, etc) mas não pode cuidar dos outros. o meu limite ficou sendo a minha dor, então fui a cada dia fazendo um pouco mais, andando um pouco mais até que com 12 dias fui liberada para dirigir, minha cicatrização externa estava perfeita.

Fiquei com uma sensação de liberdade (risos)


e vamos aos efeitos colaterais da cirurgia:

1- Parei de ter hemorragia
2- Não tenho mais cólicas
3- Não uso mais hormônios artificiais (e isso causa outros efeitos)
4- Desinchei 
5- Enjoos , dores de cabeça e tontura que eram rotina sumiram!
6- Começei a emagrecer 
7- Me sinto mais disposta
8- Voltei a gostar de cuidar de mim

e olha que é só o começo...

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Como decidi retirar meu útero

É muito interessante como o útero tem um poder forte sobre as mulheres, é como se ser mulher estivesse diretamente ligado a ter este órgão, como se ser mulher estivesse diretamente ligado ao fato de engravidar e ser mãe. Claro que escutamos isso a vida inteira, de geração após geração, nós mulheres somos incumbidas de dar continuidade à família.

Eu pessoalmente não concordo que para ser mulher é preciso , casar, ter filhos , apesar que eu sempre quis isso e sei que muitas mulheres também o querem. Mas existe uma pressão muito grande da sociedade quando uma mulher diz que não é esse o seu plano, ou quando existe uma dificuldade para engravidar.

Eu não tive problemas para engravidar, pelo contrário, minhas filhas (meus presentes) vieram sem planejamento e em momentos de minha saúde que tecnicamente não era propício.

Quando fui ter minha segunda filha minha médica me perguntou se eu queria fazer a ligadura de trompas, eu não tinha certeza, sei lá , vai que quero mais um.... bom não tive coragem de definir assim.

Então passei a usar os métodos contraceptivos normais, e olha eu usei vários, anticoncepcional via oral, testei inúmeros, eu sempre tinha reações como dor de cabeça, enjoo, tontura e trocava de indústria, de medicamento constantemente.



Minha médica então me indicou um diu hormonal, era algo relativamente novo no mercado, que me traria o conforto de não ter que lembrar todos os dias de tomar o remédio, traria menos reação, já que os hormônios ficariam localizados no útero e por 5 anos eu nem deveria lembrar de sua existência.

para a maioria das mulheres é assim mesmo, mas não comigo, que passei a ter sangramentos irregulares, cólicas e alguns sangramentos mais intensos e que pioravam com o tempo, então descobrimos através de exames que além de um mioma eu tinha um tipo de endometriose, chamada adenomiose, que fazia com eu sentisse muitas dores e sagramentos intensos , meu corpo expulsou o diu (eu o pari)

A essa altura eu já sabia que o tratamento definitivo seria cirúrgico, mas eu não queria fazer  a tal cirurgia para retirar o útero, é estranho, mas eu não aceitava a idéia de mutilação. então a médica me deu mais uma alternativa clínica , colocar um outro tipo de implante, esse o corpo não conseguiria expulsar e iria me ajudar a controlar as dores e os sangramentos

Mas funcionou por muito pouco tempo, fiquei inchada, cheia de acne e as hemorragias voltaram. os anti inflamatórios e os anti hemorragicos não faziam mais efeito, e buscopan era compra obrigatória.
Passei a usar hormônio oral, junto com o implante, tomava muito remédio para dor e estava acabando com meu estômago.

Quando eu entrava em crise ficava até 2 meses sangrando, então qualidade de vida, piscina, praia, roupa clara não tinha como né?!

e esse meu dilema, de opera ou não opera durou 5 longos anos, até que resolvi dar um basta. posso dizer que lutei, tentei todos os tratamentos clínicos, mas chagou a hora de me render.

Fiz minha cirurgia agora dia 20, dei trabalho para pegar a veia , apaguei antes da anestesia (só com sedativo) o procedimento demorou mais um pouco que o previsto devido as intercorrências, mas já estou em casa, de resguardo com um pouco de dor e ainda inchada, mas acredito que vai ficar tudo bem.

Agradeço A Deus por sua proteção, pela minha familia e amigos que tem me dado tanto carinho na minha recuperação. 

SIM eu não tenho mais útero, NÃO , isso não me faz menos mulher!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Como minha pequena se tornou atleta

Em meados de Agosto do ano passado, minha filha caçula, na época tinha acabado de completar 6 anos, disse que queria fazer ginástica olímpica. Assim do nada, sem nunca ter ido ver uma competição, nem participado de aula experimental. Claro que achei estranho, mas de pronto disse que iria buscar uma escolinha.

Nós já estávamos morando em São Paulo, achei que seria tranquilo. Afinal o que não tem nessa cidade? E sim existiam várias escolinhas, mas quando eu via o valor da mensalidade, me assustava, eu sempre conversava com ela explicando que nessa escola não temos condições , e ela sempre entendia, o que me deixava emocionada e ao mesmo tempo incomodada, eu não podia simplesmente desistir de buscar uma ao meu alcance.

Meu marido me ajudava na busca e em uma pesquisa na internet descobrimos um local mantido pela prefeitura, que tinha o esporte escolhido, era totalmente gratuito....mas como não existe almoço grátis tinha uma tal "peneira" a ser vencida.

Vimos que seria no dia seguinte , onde os treinadores iram avaliar crianças entre 6 e 7 anos candidatas para escolher as aptas a entrar no Centro Olímpico

Pedia para ir com roupa de ginástica e cabelo preso, então pegamos um colant da época que ela fazia ballet, e chegamos lá no horário agendado, o local estava lotado de crianças e professores de vários centros esportivos e escolinhas. olhamos e pensamos não tenho idéia do que é esse teste, mas o que tiver que ser será.

As crianças entravam e pequenos grupos e saiam com o recado que o resultado sairia em uma semana. A Angela saiu confiante dizendo que havia passado e eu tentando tirar tanta expectativa , afinal ela não tinha experiência nenhuma

Mas ela passou entre mais de 60 crianças 9 foram selecionadas... minha pequena era a alegria em pessoa. Entrou na primeira categoria e passou a treinar duas vezes por semana de 14:30 as 17:00



Suas brincadeiras agora além das bonecas incluiam muitas piruetas, estrelinhas, paradas de mão e abertura. Fazer abdominal e alongamento é uma rotina que a diverte e desafia...

Em dois meses de escolinha participou de sua primeira competição, meio que como um teste, uma brincadeira, e para surpresa de todos, ela ficou com a medalha de prata

Ficamos orgulhosos e com a certeza que a garotinha aí tem sim talento e aptidão para o esporte escolhido.

No fim do ano recebemos a notícia que a escolhinha de ginástica  passaria para o turno da manhã (o mesmo horário da escola) e que crianças com pouco tempo de treino teriam que mudar de turno ou buscar outro centro de treinamento. Triste comuniquei ao treinador que não tinha como colocar ela no turno da manhã, já que sua escola não nos dava opção de trocar de turno.

Então mais uma vez fomos surpreendidos , com o professor convidando nossa pequena para ir para a equipe profissional . ele ressaltou que ela era muito nova, tinha pouco tempo de treino, mas que não poderiam abrir mão dela, que ele fari um treino mais leve com ela, mas que ela deveria permanecer.

Ela ficou muito feliz mais uma vez , o sonho continuava....

no início do ano soube que havia mudado o treinador, e que as crianças ainda estavam sendo avaliadas e de 16 meninas, apenas 5 conseguiram acompanhar as duas semanas de treino intenso e cansativo , que agora eram todos os dias das 14:00 as 18:00 ,e claro minha pequena valente está entre essas cinco




As cinco bonecas, como chama a treinadora Valéria Dau e as cinco chiquinhas como chama o treinador Caio. os treinos continuam intensos, e cansativos, mas elas simplesmente amam o que fazem tanto que a 3 semanas minha pequena sofreu um pequeno acidente e quebrou o braço esquerdo durante o treino. e mesmo com dor a primeira pergunta dela ao médico foi: Eu posso voltar pra ginástica?

Fez uma pequena cirurgia para colar a cabeça do úmero , a recuperação está indo bem e em breve , com toda certeza os treinos estarão de volta.